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Qual o melhor modelo de remuneração em saúde?

Modelos de remuneração em saúde, como Capitation e Value-Based, equilibram custo, qualidade e sustentabilidade no setor


O tema modelo de remuneração em saúde tem ganhado destaque, especialmente diante das transformações demográficas, tecnológicas e sociais que impactam o setor. Com a expectativa de vida em alta e avanços tecnológicos mudando o panorama do cuidado médico, é essencial discutir quais modelos podem equilibrar eficiência, qualidade e sustentabilidade.


Segundo o blog Futuro Da Saúde, o modelo Fee for Service ainda predomina no Brasil, mas tamtém, outros formatos como o Capitation, o Baseado em Valor e até o Bundled Payments estão sendo cada vez mais debatidos.


Por que os modelos de remuneração em saúde são importantes?

O modelo de remuneração como os profissionais de saúde são pagos influencia diretamente tanto a qualidade do cuidado oferecido quanto os custos e a satisfação dos pacientes. Um sistema de pagamento bem planejado pode equilibrar as contas, incentivar a prevenção de doenças e promover um cuidado mais completo e humanizado.

Com as mudanças demográficas, como o envelhecimento rápido da população e o crescimento de doenças crônicas, é crucial adotar modelos de pagamento que se adaptem a essas realidades e foquem nos resultados. Isso coloca a remuneração em saúde como uma questão central para gestores e especialistas, buscando soluções que beneficiem tanto os pacientes quanto as instituições.



Principais Modelos de Remuneração em Saúde

1. Fee for Service (Pagamento por Serviço)

O Fee for Service é o modelo mais tradicional e amplamente utilizado no Brasil. Ele remunera cada serviço prestado – consultas, exames, procedimentos – de maneira isolada. Embora seja simples de entender e aplicar, tem suas limitações.

Pontos Positivos:

  1. Transparência no custo dos serviços.

  2. Incentivo para ampliar o volume de atendimentos.


Desafios:

  1. Foco excessivo na quantidade em vez da qualidade.

  2. Incentivo à realização de procedimentos desnecessários, o que aumenta os custos.

2. Capitation (Pagamento por Capitação)

No modelo Capitation, os prestadores recebem um valor fixo por paciente inscrito, independentemente do número de atendimentos realizados. Ele é mais adequado para sistemas que priorizam a atenção primária e a prevenção.

Pontos Positivos:

  1. Incentivo ao cuidado preventivo e à saúde populacional.

  2. Controle mais rígido de custos.

Desafios:

  1. Risco de subtratamento se os custos ultrapassarem o valor recebido.

  2. Necessidade de boa gestão para evitar sobrecarga financeira.


3. Bundled Payments (Pagamentos por Pacote)

Neste modelo, um único valor cobre todo o ciclo de tratamento de uma condição específica, como uma cirurgia ou o tratamento de uma doença crônica. Ele promove a coordenação entre diferentes etapas do cuidado.

Pontos Positivos:

  1. Incentivo à eficiência e ao trabalho colaborativo entre profissionais.

  2. Redução da fragmentação no atendimento.

Desafios:

  1. Complexidade na definição de valores justos.

  2. Dificuldade em lidar com casos inesperados ou complicações.


4. Baseado em Valor (Value-Based Payments)

O modelo baseado em valor remunera os prestadores com base nos resultados alcançados, como a melhoria na saúde do paciente ou a redução de reinternações. Esse formato vem ganhando força globalmente, pois coloca o paciente no centro do cuidado.

Pontos Positivos:

  1. Incentivo à qualidade e à humanização do atendimento.

  2. Redução de custos ao evitar procedimentos desnecessários.

Desafios:

  1. Complexidade na definição e mensuração de indicadores de desempenho.

  2. Necessidade de infraestrutura tecnológica para monitorar resultados.


Qual é o modelo mais adequado para o Brasil?

No Brasil, o Fee for Service ainda predomina, mas sua eficácia está sendo questionada. O envelhecimento populacional acelerado, a alta prevalência de doenças crônicas que se arrastam por anos e o crescente custo do sistema exigem modelos mais duradouros e maleáveis, uma vez que a promoção de tratamentos preventivos é sempre pensada no contexto dos planos privados de assistência médica.


O Baseado em Valor, por exemplo, tem se mostrado promissor, pois alinha os interesses de beneficiários e prestadores ao focar em desfechos clínicos e qualidade. Da mesma forma, o Capitation pode ser uma solução eficiente para atenção primária, incentivando a prevenção e reduzindo a necessidade de intervenções mais caras.

Modelos híbridos – combinando elementos do Fee for Service com o Baseado em Valor ou Bundled Payments – também estão sendo testados em algumas operadoras e hospitais, especialmente aqueles que adotam ferramentas modernas que ajudam a entender dados complexos.


A Transforma Saúde é uma instituição que tem como objetivo trazer e implementar dentro das organizações de saúde, modelos de remuneração em saúde que trazem benefícios não somente para a instituição em si, mas também focado na qualidade e melhoria no atendimento aos beneficiários.


Seja qual for o modelo de remuneração emsaúde escolhido, é essencial que ele esteja alinhado às demandas da sociedade e às capacidades das instituições. E, para isso, capacitação, as novas formas de usar tecnologia no dia a dia e uma gestão focada em resultados são indispensáveis. Afinal, o equilíbrio entre qualidade e sustentabilidade é o verdadeiro objetivo da saúde no século XXI.

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